Nova opção de tratamento? Veja como se preparar para decidir junto com o médico

Novos tratamento o que eu devo fazer para ter uma  conversa consciente  com médico

Compreender um novo tratamento e discuti-lo com seu médico de forma informada é crucial para a sua saúde. Para te ajudar a se preparar, elaborei um roteiro com as informações essenciais que você precisa buscar e entender antes de iniciar qualquer terapia, focando em como avaliar as novidades e onde encontrar respostas de fontes seguras.


1. Entenda sua condição de saúde: O básico é essencial

Antes de mergulhar em qualquer tratamento, tenha clareza sobre seu diagnóstico. Pergunte ao seu médico:

  • Qual é o nome exato da minha condição?

  • Quais são as causas conhecidas ou prováveis?

  • Como essa condição afeta meu corpo e minha rotina?

  • Qual é o estágio ou a gravidade atual?

  • Existe alguma informação genética ou familiar relevante?

Onde buscar informações: Seu médico é a principal fonte. Para complementar, consulte sites de organizações de saúde reconhecidas e hospitais universitários, como:

  • Organização Mundial da Saúde (OMS): Para uma visão global e informações básicas sobre doenças.

  • Ministério da Saúde do Brasil: Para diretrizes e o contexto nacional.

  • Hospitais de referência (ex: Hospital Sírio-Libanês, Hospital Israelita Albert Einstein no Brasil; Mayo Clinic, Cleveland Clinic nos EUA): Eles costumam ter seções de educação ao paciente com informações claras.


2. Aborde a “novidade” com cautela: Nem tudo que é novo é para você

Recebeu uma notícia sobre um tratamento revolucionário? Ótimo! Mas antes de se empolgar, mantenha a calma e evite decisões precipitadas.

  • Nem tudo que é novo é eficaz para todos: O que funciona para um, pode não ser o ideal para o seu caso.

  • Pode ainda estar em fase experimental: Muitos tratamentos promissores ainda precisam de mais estudos.

  • Notícias podem ser exageradas ou mal interpretadas: Verifique a fundo antes de acreditar em tudo.

Onde buscar informações:

  • Investigue a fonte da notícia: Pergunte: Quem está divulgando essa informação? É um jornal confiável? Uma revista científica? Um vídeo de YouTube? Uma mensagem de WhatsApp?

  • Procure por estudos publicados: O ideal é que a novidade seja embasada em estudos publicados em revistas científicas reconhecidas. Ferramentas como PubMed e Google Scholar são excelentes para isso (peça ajuda ao seu médico para interpretar).

  • Verifique aprovação e fase do tratamento:

    • Está aprovado no Brasil pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)?

    • Já é utilizado em outros países com bons resultados?

    • Em qual fase de pesquisa clínica ele está? (1 = fase inicial, testes de segurança; 2 = eficácia inicial; 3 = comparação com tratamentos existentes; 4 = monitoramento pós-comercialização, amplo uso).


3. Pesquise sobre o tratamento proposto: Entenda o funcionamento

Com o nome do tratamento em mãos, aprofunde-se nos detalhes:

  • Nome completo do tratamento: Se for um medicamento, anote o nome genérico e o nome comercial.

  • Mecanismo de ação: Como ele funciona no seu corpo para tratar a condição?

  • Indicações: Para quais condições ele é aprovado ou comumente utilizado?

  • Posologia e administração: Qual a dose, frequência e forma de uso (oral, injetável, etc.)?

  • Duração prevista do tratamento: Por quanto tempo você precisará fazer uso?

  • Eficácia esperada: Qual a taxa de sucesso ou melhora esperada?

Onde buscar informações:

  • Bulário Eletrônico da ANVISA: Para informações detalhadas e oficiais sobre medicamentos aprovados no Brasil.

  • Sites de Hospitais de referência e Universidades: Podem ter materiais educativos sobre procedimentos e terapias específicas.


4. Conheça os possíveis efeitos colaterais e riscos: Seja proativo

Todo tratamento tem potenciais efeitos colaterais e riscos. É fundamental estar ciente deles:

  • Efeitos colaterais comuns: Quais são os mais frequentes e como lidar com eles?

  • Efeitos colaterais graves ou raros: Quais são os sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar ajuda médica imediatamente?

  • Interações: O tratamento interage com outros medicamentos, suplementos ou alimentos que você utiliza?

  • Contraindicações: Existem condições de saúde ou situações em que o tratamento não é recomendado para você?

  • Riscos a longo prazo: Existem preocupações ou efeitos a longo prazo associados a esse tratamento?

Onde buscar informações:

  • Bulário Eletrônico da ANVISA: As bulas são a fonte mais completa e oficial.

  • Sites de Instituições de Saúde e Associações de Pacientes: Muitas vezes compilam informações sobre efeitos colaterais de forma mais acessível.


5. Leve a novidade e suas dúvidas para o seu médico: A conversa é fundamental

Seu médico é seu principal parceiro nessa jornada. Não hesite em levar a novidade e todas as suas perguntas para ele. Você pode dizer algo como:

“Doutor(a), vi que surgiu um novo tratamento chamado ___. Ele pode ser útil no meu caso? O que o(a) senhor(a) pensa sobre isso?”

Seu médico poderá avaliar:

  • Se é adequado ao seu estágio da doença e histórico.

  • Se tem interações com seus medicamentos atuais.

  • Se já existem alternativas mais seguras e consolidadas disponíveis.

  • Os riscos e benefícios específicos para o seu caso.

OBS: E importante lembrar que a medicina esta sempre evoluindo, e impossivel  para um médico saber tudo, no entanto ele sabera como te orientar.


6. Avalie o impacto no seu estilo de vida e acompanhe: Prepare-se para a realidade

Um novo tratamento pode ter implicações na sua rotina. Pense em:

  • Custos: O tratamento é coberto pelo seu plano de saúde? Qual o custo estimado para você?

  • Qualidade de vida: Como o tratamento pode afetar sua rotina, trabalho, atividades e bem-estar geral?

  • Necessidade de monitoramento: Serão necessários exames de sangue, consultas de acompanhamento ou outros procedimentos regulares?

Acompanhe os desdobramentos: O campo da medicina está sempre evoluindo. Continue se informando através de:

  • Sites confiáveis (como os já mencionados: PubMed, Google Scholar, e sites de clínicas e hospitais de referência).

  • Associações de pacientes específicas para sua condição (ex: Associação Brasil Parkinson, se for o caso), mas sempre com a cautela de que o que serve para um pode não servir para outro.


Ao seguir este roteiro, você estará não apenas buscando um tratamento, mas se capacitando como um paciente consciente e ativo. Lembre-se: sua saúde é sua prioridade, e estar bem informado é o primeiro passo para tomar as melhores decisões.

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